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sábado, 7 de agosto de 2021

Pacientes com câncer de mama podem amamentar mesmo em tratamento. Tire suas dúvidas

  Pacientes com câncer de mama podem amamentar mesmo em tratamento. Tire suas dúvidas


No mês em que o incentivo à amamentação ganha destaque, especialista indica casos em que a prática é restrita e orienta lactantes que estão em tratamento


Divulgação

Os benefícios da amamentação são inegáveis. Para o bebê é essencial para que o corpo se desenvolva, seja fortalecido e inúmeras doenças sejam prevenidas ao longo da vida, sem contar no fortalecimento do vínculo com a mãe. Para a mulher, as vantagens também são várias, contribuindo até na melhora da saúde, inclusive sendo um fator de redução de risco para uma doença que está entre as que mais afetam a população feminina: o câncer de mama. São inúmeros os benefícios que reforçam o valor da prática, por isso o mês de agosto é dedicado à conscientização sobre a importância da amamentação, por meio da campanha ‘Agosto Dourado’. Mas, e aquelas mulheres que têm câncer de mama ou que estão no período de tratamento, elas podem amamentar? O especialista do COT Oncoclínicas, Dr. Juliano Cunha, esclarece que é possível manter o aleitamento materno apesar da condição, mas há restrições.

O câncer de mama é o segundo tipo de tumor que mais afeta as mulheres no mundo, atrás apenas do câncer de pele, com uma previsão de mais de 66 mil novos casos a serem diagnosticados somente este ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Mulheres que enfrentam esta neoplasia e são mães podem ficar receosas quanto à amamentação, mas dependendo do tratamento realizado, é possível seguir naturalmente com a prática até mesmo durante este processo, apenas com adaptações, como explica o mastologista e cirurgião oncológico do COT Oncoclínicas, Dr. Juliano Cunha. “É importante destacar que até a mulher começar o tratamento, ela pode manter o aleitamento materno. Por exemplo, se no caso dela for iniciar pela cirurgia, até a época do procedimento ela pode seguir com a amamentação, inclusive na mama que deve ser tratada, pois o aleitamento não será responsável por passar nenhuma célula doente para a criança. Após a operação, muitas vezes pode não ser possível, por precisar retirar a mama ou tirar os dutos que vão ser responsáveis por levar o leite até o mamilo, ainda assim com a outra mama, que não passou pelo procedimento, a amamentação pode seguir normalmente”, comenta Dr. Juliano, que compartilha uma orientação similar para os casos em que a paciente passa pela radioterapia. "No caso do tratamento radioterápico, a mãe não deve amamentar na mama que está fazendo a radioterapia, pois é uma mama que vai ficar com a sensação diferente, com a pele alterada, o que pode causar mais desconforto, mas se ela estiver com a outra mama produzindo leite, a amamentação pode ser mantida nesta que não está passando pelo procedimento, não tem contraindicação”, esclarece.

Além da radioterapia e da cirurgia, a quimioterapia também é uma das principais formas de tratamento do câncer de mama, e nos casos em que este método é utilizado, a amamentação não é indicada. “O maior cuidado necessário é para mulheres que estão em quimioterapia, fazendo tratamento com algum medicamento. Elas não podem amamentar suas crianças porque as substâncias podem ser transferidas para o bebê e isso é prejudicial. Se ela ainda não começou seu tratamento, ou já não está fazendo o uso de nenhum medicamento, pode seguir amamentando. O uso de medicamentos é que vai contraindicar a amamentação completamente”, destaca o especialista.

Dentre os benefícios da amamentação, estudos já identificaram que a prática é um fator protetivo para o câncer de mama. A estimativa é que para cada 12 meses de amamentação, há uma redução de 4,3% no risco de desenvolvimento do tumor, entretanto o mastologista aproveita para esclarecer que o fato de amamentar não isenta a mulher de apresentar a doença no futuro e ainda reforça hábitos que devem ser adotados na prevenção do câncer de mama. “A amamentação deve ser sempre estimulada. Mãe e filho só têm a ganhar com a prática! A preservação oferecida em relação ao câncer de mama é importante, entretanto temos de lembrar que a causa do câncer é multifatorial. O aleitamento é um fator de proteção, e ele não vai caminhar sozinho. A doença acontece quando a gente tem um desequilíbrio entre a proteção e os agentes causadores, então se a mulher tem mais agentes causadores do que fatores de proteção, ela vai desenvolver a doença. O fato de amamentar é uma redução de risco importante, mas também devemos lembrar de manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, prática de atividade física regular e controle do peso, que são essenciais para a prevenção do câncer de mama”, completa Dr. Juliano.


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